TIRA REGRA DOS 15 - RELATÓRIO DE PROCESSO DE PRODUÇÃO E ENSINO-APRENDIZAGEM
Este post é parte dos resultados do Projeto de Extensão Tiras Animadas, desenvolvido na Escola de Design da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG) pelo professor Luhan Dias em parceria com diversos alunos. O projeto destina-se ao processo de ensino-aprendizagem de animação e propõe uma metodologia própria, na qual o ensino se dá por meio de imersão na experiência prática de adaptar uma tira em quadrinhos para animação.
O relatório a seguir foi produzido pelo
referido professor e teve sua publicação autorizada pelos integrantes e pela
instituição de ensino.
Acreditamos que a divulgação desse relatório possa auxiliar no
desenvolvimento de metodologias de ensino de animação.
__________
A periodicidade dos encontros para o
desenvolvimento do projeto era semanal, com dedicação média de três horas por
encontro, tendo ocorrido alterações pontuais de acordo com a disponibilidade do
participante e do professor.
O processo de produção descrito a seguir baseia-se
nas lembranças do professor, nas anotações em forma de diários, nas anotações
sobre desenvolvimento de personagens, roteiro e Storyboard do
filme feito pelo participante e arquivos do Toonboom (programa
de animação utilizado ao longo da produção).
Os arquivos do Toonboom, sete ao total, foram
devidamente datados: 17/4/2019, 24/4/2019, 8/5/2019, 22/5/2019, 21/8/2019,
11/9/2019 e 25/9/2019.
O professor produziu duas anotações em forma de
diários sobre o desenvolvimento do participante, todos devidamente datados, a
saber: 8/5/2019 e 22/5/2019.
Ao longo da descrição da etapa de animação,
procurou-se relatar os acontecimentos relacionados a esses dias específicos. Contudo,
considera-se a possibilidade de que alguns encontros tenham ficado sem registro.
Ocorreram hiatos durante a produção referentes a período
de férias, feriados e problemas pessoais dos envolvidos. O Projeto de Extensão
era gratuito e voluntário, portanto, não havia qualquer pretensão de estabelecer
obrigatoriedade de presença.
Durante os primeiros dias de dedicação do
participante, o professor adotou como estratégia didática a apresentação de
todos os conceitos e etapas trabalhados ao longo do projeto. Um procedimento
semelhante se repetiu a cada nova etapa, sendo que os conceitos das subetapas foram
apresentadas a cada início de etapa.
O trabalho se iniciou dia 3/4/2019, com a etapa de
CURADORIA. O próprio participante escolheu algumas tiras do artista Ricardo
Tokumoto, as quais considerou que poderiam se tornar filmes animados
interessantes.
CURADORIA: A tira escolhida foi Regra dos
15, publicada originalmente em 5/6/2018.
ANÁLISE DA TIRA ORIGINAL:
DESCRIÇÃO DA TIRA: A tira original (Figura 1)
possui três quadros, ambos sem requadros, nos quais podemos ver a interação
entre dois personagens, um à esquerda e outro à direita.
No primeiro quadro, o personagem à esquerda aponta
para frente e diz “haha, que parada tosca!” e o personagem à direita, com a mão
articulada de maneira argumentativa, diz “Fala sério! Essa é a melhor coisa já
feita!”. No segundo quadro, o personagem à esquerda, de olhos fechados com
expressão facial desdenhosa, diz: “É que você tá vendo pelas lentes da
nostalgia... tira os óculos pra ver!”. O personagem à direita está com os
óculos na mão e com olhar atento e analítico para frente, fazendo um barulho de
“hmmmm”. No terceiro quadro, o personagem à direita está com expressão facial e
corporal de nojo, e o personagem à esquerda está com expressão contente e
dizendo “Viu?!”.
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| Figura 1 - Tira Regra dos 15, de Ricardo Tokumoto. |
ESTÓRIA-BASE: Personagens estão juntos. Personagem
à esquerda vê algo a sua frente, levanta o braço direito para frente, sorri e
comenta “Haha, que parada tosca!”. O personagem à direita não concorda e,
posicionando a mão de maneira argumentativa, diz: “Fala sério! Essa é a melhor
coisa já feita!”. O personagem à esquerda abaixa a mão. Discorda da afirmação
do outro personagem e argumenta que este está olhando com as lentes da
nostalgia, recomendando-o retirar os óculos para ver melhor. O personagem à
direita retira os óculos e observa com olhar crítico o que está à frente. Ele
percebe que não é bom, faz uma expressão de nojo e estica o seu corpo para trás
em sinal de repulsa. O personagem à esquerda sorri e comenta: “Viu?!”.
ETAPA 1 – DESENVOLVIMENTO DOS PERSONAGENS
1.1. DESCRIÇÃO DOS PERSONAGENS PARA A PRODUÇÃO:
Baseado na aparência e nas atitudes dos personagens
na obra original, o participante criou a caracterização dos personagens, que
foram nomeados como Henrique e Juliano, o primeiro corresponde ao personagem à
esquerda, e o segundo à direita. As características atribuídas aos personagens
estão listadas a seguir:
Henrique: Jovem adulto, crítico, direto e paciente.
Henrique é desinibido e carismático, o que
justifica sua iniciativa de aconselhar um completo estranho em um primeiro
contato. Ao fazê-lo, ele demonstra facilidade em dialogar abertamente, sem “papas
na língua”.
Juliano: Jovem adulto, inocente, impulsivo,
facilmente impressionável.
Juliano é dono de uma personalidade calma e
centrada, mas às vezes tem atitudes e reações impensadas. É bastante passivo em
interações sociais, sempre cooperativo, mas às vezes impetuoso quanto a determinados
assuntos. A curiosidade é a sua melhor qualidade.
ETAPA 2 – CRIAÇÃO DO ROTEIRO
Após o término da etapa de desenvolvimento dos
personagens, foi criado o roteiro do filme. O participante já estava habituado ao
formato e às premissas de um roteiro.
O professor apontou a necessidade de se estabelecer
a estória imediatamente pregressa aos acontecimentos do filme a fim de garantir
que o participante estivesse ciente das motivações de cada personagem. Algumas
perguntas foram utilizadas para instigar essa criação de estória pregressa: o
que eles estavam fazendo antes? O que estavam indo fazer antes de se
encontrarem? Onde estão? O que estão vendo?
Essas perguntas se relacionam com os conceitos da
atuação de Hooks (2003).
O roteiro escrito pode ser lido a seguir:
INT. DIA NA FRENTE DA TV EM UM BAR.
HENRIQUE e JULIANO, dois desconhecidos
encontram-se lado a lado diante da TV em um bar durante o happy hour. A TV
exibe a chamada para uma reprise do filme a Lagoa Azul.
Henrique aponta para a TV e ri sem
muito humor.
HENRIQUE
Haha, que parada tosca!
Juliano, visivelmente ofendido,
gesticula para a tela ao retaliar:
JULIANO
Fala sério!
Esse é a melhor coisa já feita!
Henrique observa Juliano por alguns
instantes, demorando-se em seus óculos. Juliano encara de volta, desgostoso.
HENRIQUE
É que você está vendo pelas lentes da nostalgia... tire os óculos pra ver.
Juliano volta a olhar para a TV. Depois
de alguns instantes, ele tira os óculos com hesitação, assistindo à chamada com
o olhar contemplativo enquanto coça o queixo.
JULIANO
Hummm...
Juliano demonstra repulsa diante da
cena na TV. Henrique nota a mudança de expressão de Juliano e o questiona com
um sorriso brincalhão:
HENRIQUE
Viu?!
Juliano continua olhando pra TV com um
semblante desiludido.
O processo de interpretação e construção de
personagens fez com que diversos acontecimentos fossem inseridos na narrativa
do filme em comparação ao que fora apresentado na tira original.
Para melhor apontar quais acontecimentos foram
inseridos pelo aluno, foi criada uma tabela com indicações sobre os
acontecimentos e suas relações com o que havia sido apresentado na tira
original.
A seguir temos a Tabela 1, que mostra a
descrição dos acontecimentos da estória narrada no projeto da obra audiovisual
e as indicações de como cada acontecimento descrito é representado na tira em
quadrinhos: (A) como ausente, ou seja, esse acontecimento não é mencionado na
narrativa da charge; (R) como representado, ou seja, o acontecimento é
apresentado explicitamente na narrativa da charge; e (I) como implícito, ou
seja, o acontecimento pode ser inferido pelo leitor.
Tabela
1 -
|
Nº |
Acontecimento da estória narrados na
obra audiovisual |
Tira original |
|
1 |
Henrique e Juliano estão lado a lado olhando para
frente |
I |
|
2 |
Henrique aponta para a TV e ri sem muito humor |
R |
|
3 |
Henrique fala: Haha, que parada tosca! |
R |
|
4 |
Henrique abaixa o braço |
I |
|
5 |
Juliano fica ofendido |
I |
|
6 |
Juliano gesticula para tela falando “fala sério!
Essa é a melhor coisa já feita!” |
R |
|
7 |
Henrique observa Juliano por alguns instantes,
demorando-se em seus óculos. |
A |
|
8 |
Juliano encara de volta, desgostoso. |
A |
|
9 |
Henrique fala: É que você está vendo pelas lentes
da nostalgia... tire os óculos pra ver. |
R |
|
10 |
Juliano volta a olhar para a TV. |
A |
|
11 |
Depois de alguns instantes, Juliano tira os
óculos com hesitação. |
A |
|
12 |
Juliano, com os óculos em uma mão e coçando o
queixo com a outra, diz: hummmm. |
R |
|
13 |
Juliano demonstra repulsa diante da cena na TV. |
R |
|
14 |
Henrique nota a mudança de expressão de Juliano e
o questiona com um sorriso brincalhão: Viu?! |
R |
|
15 |
Juliano continua a olhar para a TV com um
semblante desiludido |
A |
Ao observar a tabela, há 15 acontecimentos: sete deles são representados, cinco ausentes e três implícitos na leitura da obra original. É preciso salientar que alguns acontecimentos são representados simultaneamente na tira original. Assim, a ordem em que esses acontecimentos aparecem foi decisão do participante.
A tabela indica que o participante criou vários
acontecimentos para a narrativa do projeto de filme animado, todos apontando
para atuações consonantes às caracterizações e motivações dos personagens.
ETAPA 3 - STORYBOARD
Na etapa de Storyboard, o
professor instruiu o participante a utilizar a tira original como base a fim de
manter a semelhança com o material original e evitar que as possíveis
limitações em desenho do participante se tornassem obstáculos desnecessários
para o desenvolvimento da atividade, que era eminentemente de construção
narrativa.
O Storyboard foi criado com base nos
acontecimentos descritos no roteiro, e buscou representar as principais ações
descritas nele. Alguns acontecimentos, a exemplo da tira original, foram
representados simultaneamente, o que exigiu uma separação posterior na etapa de
animático.
O aluno foi orientado a recorrer a encenações dos
acontecimentos para testar expressões faciais e corporais dos personagens. As
três páginas do Storyboard podem ser vistas a seguir:
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| Figura 2 - primeira página do storyboard do filme Regra dos 15. Nela estão presentes os painéis 1, 2, 3 e 4. |
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| Figura 3 - Segunda página do storyboard do filme Regra dos 15. Nela estão presentes os painéis 5, 6, 7 e 8. |
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| Figura 4 - Terceira página do storyboard do filme Regra dos 15. Nela estão presentes os painéis 9, 10 e 11. |
ETAPA 4 – ENCENAÇÃO/ MINUTAGEM
Nessa etapa, o participante encenou as ações dos
personagens e cronometrou o tempo dessas ações. O tempo foi convertido em uma relação
de 24 quadros por segundo, e com base nisso foi elaborado o animático.
No processo de encenação, o professor realizou as
anotações sobre a cronometragem para que o participante pudesse encenar os dois
personagens do filme. O processo se deu da seguinte forma: os acontecimentos foram
consultados no roteiro e Storyboard, e o participante encenou
um dos personagens por vez, seguindo a ordem de acontecimentos apontada pelo
filme. Sempre que o participante ou o professor julgavam necessário, a
encenação de determinado acontecimento foi refeita.
Devido à natureza dos acontecimentos do roteiro, o
participante pôde realizar as encenações sentado em uma cadeira. Foi necessário
o empréstimo dos óculos de uma colega.
ETAPA 5 – ANIMÁTICO
O animático foi construído por meio das anotações
da Etapa 4 com a utilização dos quadros criados para o Storyboard.
O participante promoveu algumas alterações nos tempos de determinadas ações que
julgou necessitarem de ajustes para uma melhor visualização.
A primeira versão do animático ficou pronta em 10/4/2019.
Importante salientar que as atividades
desenvolvidas no programa Toonboom foram realizadas com a
utilização de mesa digitalizadora fornecida pelo Centro de Estudos em Design de
Imagem ou pelo professor. O participante em questão não possuía experiência na
utilização de mesa digitalizadora, por isso houve necessidade de instruções do professor
e tempo para adaptação com a ferramenta.
A algumas funções básicas do software
Toonboom foram apresentadas ao participante, a saber: o funcionamento
do pincel e borracha, a criação e organização de camadas de animação, criação e
ajuste de camadas de câmera, funcionamento da timeline e
dispositivos de pré-visualização da cena e funcionamento de Onion Skin.
ETAPA 6 – ANIMAÇÃO
Parte do processo de animação foi iniciado ainda
durante o estabelecimento do animático, pois diversos quadros-chave correspondiam
a posições presentes no Storyboard, que como visto anteriormente, foram
redesenhadas no programa de animação. No entanto, é seguro afirmar que os
conceitos relativos à animação foram apresentados após o término do animático.
No encontro do dia 8/5/2019, iniciou-se, de fato, a produção da animação. Segundo o diário do professor, foi apresentado ao aluno o conceito de ação planejada entre poses principais e lhe foi explicado o que são poses-chave e poses de passagem/ruptura (breakdowns).
O participante escolheu iniciar o processo de
animação a partir da ação descrita no acontecimento nº 2 da Tabela 1.
Tendo em vista que essa ação é uma resposta a um estímulo externo, o professor
introduziu três conceitos dos princípios da atuação de Hooks (2003): pensamentos
tendem a conduzir conclusões; emoções tendem a conduzir ações; atuação é reação;
atuação é realização e toda ação começa com movimento.
Como forma de estudo das poses e características do
movimento, o participante foi estimulado a realizar encenações do movimento. O
processo de encenação possibilitou ao professor abordar alguns princípios da
animação: arcos e aceleração e desaceleração. Esses princípios foram
apresentados como forma de compreender os movimentos que estavam sendo
encenados, como uma forma de codificar o que era percebido.
Em função desse estudo, o participante criou um
esboço da trajetória do movimento e marcou as posições que considerou comunicarem
a característica do movimento percebido. O movimento foi desmembrado em dois
gráficos de espaçamento diferentes, um relacionado a trajetória da mão subindo,
e outro relativo ao dedo apontado para frente, como pode ser visto
na Figura 5.
| Figura 5 – Captura de tela de excerto da composição do arquivo de Toonboom do dia 8/5/2019. |
O participante desenhou as poses que estavam
predeterminadas nos gráficos, mas, aparentemente, realizou em sequência,
semelhante a uma animação direta.
Nos desenhos das poses, o participante apresentou
dificuldade em manter a proporção do personagem (problemas de desenho) e de
perceber que determinadas partes do corpo se movimentam em atraso em relação a
outras em função da quebra das juntas. Em vista disso, o professor apresentou
algumas indicações sobre desenho sólido, além do conceito de sobreposição
sucessiva das juntas articuladas (FIALHO, 2015).
No encontro do dia 22/5/2019, o participante refez
alguns desenhos das poses de passagem e intermediárias da ação descrita nos
parágrafos anteriores. Nesses novos desenhos, a proporção do personagem se
apresentou mais consistente, e foi estabelecida uma relação de atraso entre as
partes do braço que executam o movimento. Essas alterações foram criadas após
um processo de encenação, cuja atenção foi direcionada às relações de atraso
entre as partes do corpo durante o movimento.
Uma estratégia sugerida pelo professor para sanar o
problema com a proporção do personagem ao longo dos desenhos foi estabelecer
marcações das posições das juntas do personagem, algo pouco estabelecido pelo design de
personagem da obra original. A estratégia se mostrou eficaz.
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| Figura 6 - Capturas de tela de excerto da composição do arquivo de Toonboom do dia 22/5/2019. O número abaixo das imagens diz respeito ao lugar que o quadro ocupa na timeline. |
Outro movimento que o participante trabalhou na animação foi a volta do braço de Henrique para perto do tronco após ter ficado um tempo apontado para frente, movimento descrito no acontecimento nº 4 da Tabela 1. Essa animação foi elaborada rapidamente e de maneira independente (não foi assistida pelo professor). Possui um esboço da trajetória em arco, marcações de posicionamento que sugerem aceleração, quebra nas juntas e atraso da mão em relação ao movimento, além de consistência no desenho. O participante criou poses de ruptura (breakdowns) e esboçou poses intermediárias.
No encontro do dia 21/8/2019, o participante
trabalhou em três movimentos, o primeiro foi o descrito no acontecimento nº 6
da Tabela 1, no qual o personagem Juliano gesticula em direção à
tela. Como método para compreender o movimento, o participante realizou encenações,
que depois se converteram em esboços das poses do movimento. Foi possível
perceber atraso entre as partes do braço ao longo do movimento.
O participante trabalhou na ação do personagem
Henrique olhando para Juliano por alguns instantes, demorando-se em seus óculos
(acontecimento nº 7 da Tabela 1). Para tanto, foi feita uma marcação
do rosto do personagem estabelecendo os eixos, algo que proporcionou maior
solidez ao movimento de rosto. A animação foi realizada com dois
intervalos entre os quadros-chave.
Por fim, no dia 21/8/2019, o participante fez a mudança de expressão do personagem Henrique quando este percebe a conclusão de Juliano (acontecimento nº 14 da Tabela 1). Para realizar a animação, o participante fez uma pose intermediária entre as poses-chave. A forma com que desenvolveu esses dois últimos movimentos, apenas fazendo poses que ligavam as duas poses-chave, mostrou-se como uma fragilidade no entendimento do conceito de pose de ruptura (breakdown), assunto que foi tratado no encontro seguinte.
No encontro do dia 11/9/2019, o participante
realizou a animação de três ações, a primeira referente ao acontecimento nº 6
da Tabela 1, em que ocorreu o retorno da mão do personagem Juliano quando
estava gesticulando. Para tanto, o participante fez alguns intervalos em cima
de um esboço de trajetória, mantendo as partes do corpo em relação de atraso
umas às outras.
No mesmo encontro, o participante animou as duas ações relacionadas aos acontecimentos nº 11 e 12 da Tabela 1. Foi empregado o método de encenação para estudo do posicionamento do corpo e das características do movimento. Esse estudo proporcionou ao participante noções sobre como posicionar o personagem nos desenhos. As poses de ruptura (breakdowns) e intervalos, no entanto, sofreram problemas de cunho técnico de desenho, especialmente de proporção.
A outra ação feita pelo participante foi referente
ao acontecimento subsequente, na qual o personagem Henrique coloca a mão no
queixo. Essa animação também foi feita seguindo a mesma sequência metodológica,
e revelou problemas de desenho semelhantes aos relatados na ação anterior. A
perda de proporção pode ser um sintoma de que o participante não elaborou os
desenhos seguindo a noção de poses mais importantes, mas sim por processo de
animação direta.
No encontro do dia 25/9/2019, o participante
ajustou os desenhos das poses das ações descritas nos parágrafos anteriores, o
que pode ser visto na Figura 7 a seguir:
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| Figura 7 - Capturas de tela de excerto da composição do arquivo de Toonboom do dia 25/9/2019. O número abaixo das imagens diz respeito ao lugar que o quadro ocupa na timeline. |
O participante criou também um movimento sutil do personagem Juliano apertando os olhos para enxergar melhor, ação referente ao acontecimento nº 12 da Tabela 1. Essa ação antecipa o movimento seguinte, referente ao personagem Juliano demonstrando repulsa diante da cena na TV (acontecimento nº 13). A animação desse acontecimento também foi iniciada nesse encontro. Para tanto, o participante recorreu mais uma vez ao processo de encenação sob a orientação do professor, tendo em mente o conceito de pose de ruptura (breakdown) apresentado. Com base no estudo de prática de encenação, o participante criou poses de ruptura que exageravam a reação de repulsa, proporcionando maior intensidade. O participante esboçou duas poses de ruptura para o movimento, que podem ser vistas na figura a seguir:
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| Figura 8 - Capturas de tela de excerto da composição de Toonboom do dia 25/9/2019. |
Após esse encontro, o participante precisou se desvincular do projeto.







